Um lugar em produção: O caso da Cova da Moura
Resumo Resultantes da ocupação e construção sem licença em terrenos públicos e/ou privados, os bairros autoproduzidos, não reconhecidos legalmente pelo poder público, tendem a ser reduzidos às suas falhas e carências, espelhadas nas designações que lhes são geralmente atribuídas, como “bairros de barracas” ou “bairros precários”. Por sua vez, este sentido negativo e pejorativo acaba por influenciar ou determinar a forma como técnicos e decisores políticos leem estes territórios, tendendo-se a preconizar a demolição do tecido urbano existente, distante dos parâmetros e da imagem de cidade hegemónicos. Tomando como caso de estudo o bairro da Cova da Moura, na Amadora, convocamos os conceitos de “lugar” e de “direito ao lugar” para explorar diferentes leituras e perceções sobre este território, cruzando duas perspetivas - uma mais antropológica e outra sócio-urbanística -, num diálogo entre as dinâmicas e aspirações locais e as políticas e instrumentos de intervenção propostos ao longo do tempo. Face à existência de uma realidade local plural e negociada, propõe-se um novo olhar sociopolítico sobre a mesma, inscrito na luta pelo direito ao lugar aqui em destaque.
Main Authors: | , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais
2019
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-83802019000100019 |
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