Habitus, reflexividade e neo-objetivismo na teoria da prática de Pierre Bourdieu
A tentativa de superação da dicotomia subjetivismo/objetivismo está na raiz da perspectiva praxiológica de Bourdieu, cujo cerne é a relação dialética entre condutas individuais subjetivamente propelidas por disposições integradas em um habitus, de um lado, e estruturas objetivas ou "campos" de relações entre agentes diferencialmente posicionados e empoderados, de outro. No entanto, esta abordagem tem sido retratada por críticos como uma versão sofisticada de neo-objetivismo e não como uma teoria sintética satisfatória da relação agência/estrutura. O artigo avalia o sentido desta crítica, argumentando que ela é parcialmente justificada e defendendo a tese de que a principal fonte do neo-objetivismo na obra de Bourdieu deriva de sua ênfase, valiosa porém unilateral, sobre o caráter tácito ou "pré-reflexivo" da operação do habitus, a qual leva-o a uma teorização negligente quanto à significação agêntica da consciência reflexiva do ator. Com base nesse diagnóstico, o texto delineia, por fim, alguns percursos teóricos pelos quais o esquema analítico bourdieusiano pode ser orientado para um tratamento mais genuinamente dialético da interdependência causal entre ações individuais e estruturas sociais.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - ANPOCS
2013
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092013000300004 |
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