Estado atual do tratamento da coronariopatia crônica em pacientes diabéticos: evidências e controvérsias baseadas em ensaios clínicos

Diabetes mellitus é um dos principais fatores de risco para a doença arterial coronária. A doença progride de forma mais acelerada em pacientes diabéticos e está associada com pior prognóstico. Embora a revascularização miocárdica garanta alívio rápido dos sintomas em pacientes com doença arterial coronária documentada, não existe substancial evidência de benefício prognóstico, salvo em situações anatômicas específicas. Adicionalmente, o benefício das terapias de revascularização é atenuado pela presença de anormalidades metabólicas secundárias à resistência à insulina e significantes co-morbidades. Nos últimos anos, avanços na terapêutica clínica (estatinas, antiplaquetários potentes, novos anti-hipertensivos) e técnicas de revascularização cirúrgica e percutânea ocorreram, sendo que o emprego de stents farmacológicos parece ser uma promissora opção terapêutica nesses pacientes. A estratégia de tratamento do paciente diabético com coronariopatia crônica deve levar em consideração a patogênese multifatorial da doença e visar uma intervenção agressiva do controle dos níveis glicêmicos e de todos os fatores de risco modificáveis, aliada à mudança no estilo de vida. Os efeitos não-metabólicos dos sensibilizadores de insulina sobre a vasculopatia e mortalidade nesses pacientes também estão em discussão. Estudos clínicos em andamento deverão definir o impacto das novas modalidades terapêuticas sobre o prognóstico dos pacientes diabéticos.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lopes,Neuza H., Tsutsui,Jeane M., Hueb,Whady A.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2007
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302007000200023
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Summary:Diabetes mellitus é um dos principais fatores de risco para a doença arterial coronária. A doença progride de forma mais acelerada em pacientes diabéticos e está associada com pior prognóstico. Embora a revascularização miocárdica garanta alívio rápido dos sintomas em pacientes com doença arterial coronária documentada, não existe substancial evidência de benefício prognóstico, salvo em situações anatômicas específicas. Adicionalmente, o benefício das terapias de revascularização é atenuado pela presença de anormalidades metabólicas secundárias à resistência à insulina e significantes co-morbidades. Nos últimos anos, avanços na terapêutica clínica (estatinas, antiplaquetários potentes, novos anti-hipertensivos) e técnicas de revascularização cirúrgica e percutânea ocorreram, sendo que o emprego de stents farmacológicos parece ser uma promissora opção terapêutica nesses pacientes. A estratégia de tratamento do paciente diabético com coronariopatia crônica deve levar em consideração a patogênese multifatorial da doença e visar uma intervenção agressiva do controle dos níveis glicêmicos e de todos os fatores de risco modificáveis, aliada à mudança no estilo de vida. Os efeitos não-metabólicos dos sensibilizadores de insulina sobre a vasculopatia e mortalidade nesses pacientes também estão em discussão. Estudos clínicos em andamento deverão definir o impacto das novas modalidades terapêuticas sobre o prognóstico dos pacientes diabéticos.